Não é sobre o clique.
É sobre o olhar entre um gesto e outro.
Sobre estar ali, de verdade.
Nas últimas 48 horas, atravessei oceanos, aeroportos e zonas de fuso para acompanhar meu filho em uma experiência única. E, mesmo com a câmera sempre por perto, percebi que há momentos que não se fotografam, apenas se vivem.
Foi entre uma conexão e outra, com os olhos cansados e o coração em alerta, que entendi que a memória mais valiosa não é a imagem perfeita. É o instante em que você está presente, inteiro, com alguém que ama. É o toque no ombro, o sorriso de canto, a tranquilidade de quem se sente seguro só porque você está ali.
E isso, talvez, seja o que mais desejo entregar em cada ensaio.
Não fotos. Mas presença.
A fotografia que realmente importa nasce quando há verdade no momento. E por mais contraditório que pareça vindo de uma fotógrafa, preciso dizer: nem tudo precisa ser registrado. Algumas memórias são para sentir, não para postar.
E quando escolhem registrar comigo, o que eu entrego vai além do arquivo. É a essência de estar ali, vivendo aquilo com o coração calmo e os olhos atentos.
Porque se tem algo que o tempo não devolve… é o que a gente não viveu.
Um abraço,
Andréa Leal