Às vezes me pego observando meus filhos como quem assiste a um filme bom, daqueles que a gente quer pausar só para aproveitar melhor cada cena.
E o curioso é que, no meio da correria, são eles que me lembram o que mais importa.
Criança não planeja o futuro nem remoí o passado.
Ela vive o que tem agora, com entrega total.
Se é hora de brincar, é hora de brincar.
Se é hora de chorar, também é.
Se está feliz, dança. Se está cansada, dorme onde der.
E tudo acontece com uma intensidade simples, que só a infância sabe ter.
E isso me ensina tanto.
Me ensina que a vida não se repete, que o tempo passa mesmo quando a gente não está olhando, que o abraço precisa ser dado na hora, e não depois.
Na fotografia, isso também se revela.
Às vezes, o clique mais bonito acontece entre uma risada espontânea e uma corrida torta pelo estúdio.
Não tem pose, não tem produção, tem presença.
E é isso que tenho buscado guardar com meu trabalho e também com o meu coração.
O que é real. O que é leve. O que acontece quando a gente se permite estar inteiro ali.
E, cada vez mais, é isso que tenho buscado também pra minha vida.
Viver com verdade, com presença, com consciência tranquila de que estou fazendo o meu melhor e dando atenção ao que realmente importa.
Os pequenos me lembram, todos os dias, que a vida é passageira e que a gente precisa escolher com carinho o que merece nossa energia, nosso silêncio, nossa entrega.
Tudo é muito efêmero.
Mas quando é vivido com intenção, permanece.
E se você também sente que o tempo está correndo demais, talvez seja a hora de parar um pouco… e registrar o que está florescendo agora.
A infância não espera.
Mas podemos guardá-la pra sempre.
Com carinho,
Andréa Leal.
