Dia dos Avós, quando nasce um amor imortal

Tem coisa melhor que colo de avó, que abraço de avô? Um amor diferente, cheio de ternura, de paciência, como se os ponteiros do relógio não fizessem a menor diferença. Para os avós não há pressa. Muito pelo contrário. Eles querem viver cada segundo com os netos de forma intensa, demorada, inteira. Nada é pela metade. Ou melhor, quase tudo é em exagero: as longas conversas, a capacidade de contar a mesma história mil vezes, os mimos, os doces, os cafunés, os denguinhos.
Por isso, adoro ver esse amor nascendo. É um prazer enorme pra mim cada ensaio de gestante, chá de fraldas, ou de nascimento em que tenho a oportunidade de registrar a presença doce dos avós. A vontade de pegar o netinho nos braços, mesmo que ele esteja ainda dentro da barriga, a delicadeza, o cuidado, a verdadeira adoração por aquela barriga que, para eles, já significa a imagem de um sonho realizado.

Um dia, ouvi de Silvério Pessoa, uma frase que me emocionou muito. Fotografado por mim para o Dia dos Pais, ele disse:  “Ser pai é vivenciar a imortalidade. Eu me vejo nos meus filhos”. Isso nunca saiu da minha cabeça e fiquei imaginando como essa sensação de imortalidade deve ser ainda mais forte, mais presente para os avós.! É ver a sua semente germinando em mais uma geração e ter a oportunidade de dividir sua experiência, seu amor, suas histórias, seu mundo com aquele que foi fruto de um filho seu. Que mágico!

E então me apaixono ainda mais quando fotografo os vovôs e vovós abraçando a barriga da filha, acompanhando ansiosos a chegada do netinho na maternidade, porque sinto que ali estou presenciando uma nova história de amor começando, uma nova relação nascendo e vejo essa experiência de imortalidade nos olhos desses vovôs e vovós. 

E eles sempre serão imortais na nossa história, nas nossas mais lindas lembranças e farão sempre parte de nós, como minha avó Maria de Lourdes sempre será para mim e minha mãe, Donária, sempre será para meus filhos. Voinha marcou muito a minha história. Entre os cinco, sete anos de idade, passava todas as férias na casa dela, no interior do Piauí. Um lar simples, de pau a pique, mas repleto de amor. Apesar de estarmos longe geograficamente, sinto muito de perto, muito presente sua amorosidade, seu aconchego e posso, até hoje, sentir o cheiro e o sabor deliciosos do cuscuz que ela faz.

Quanto à minha mãe, posso dizer que tornar-se avó transformou sua vida. De postura mais firme, a educação de minha mãe sempre foi de dar disciplina e é assim até hoje com os meus filhos. Muitas vezes, ela faz esse papel mais que eu mesma, que sou mais permissiva. Os netos amoleceram o coração da vovó Donária, que hoje declara seu amor a Valentine e Gabriel não só nos cuidados diários, mas no dizer “eu te amo” todos os dias. 

Que Deus abençoe os vovôs e vovós e seu jeito lindo de amar.

Um abraço a todos e, em especial, para estes presentes que a vida nos dá.
Andréa Leal 

andrealealfotografia

Eu sou Andréa Leal, e sempre achei importante que a minha fotografia falasse por mim.

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