Dicas sobre amamentação com a consultora e Doula Vivienne Pires

Gente, como vocês sabem, durante a Baby Kids Week, no Shopping Recife, nosso espaço recebeu várias pessoas queridas pra dividir suas experiências e especialidades sobre temas de interesse da família. Foram bate papos muito bacanas e quero dividir esses ensinamentos preciosos que tivemos também aqui com vocês que acompanham o blog.Hoje trago um pouco do que foi a conversa com a doula e consultora em amamentação Vivienne Pires sobre a amamentação, uma fase muitas vezes difícil, mas que fica muito mais fácil e prazerosa como deve ser, se a gente tem informação e conta com o carinho, a paciência das pessoas que estão ao nosso redor e com a orientação de profissionais experientes como Vivienne. Então seguem algumas dicas super bacanas que passa para as mamães que assiste:
Sobre a preparação das mamas, Vivi explicou que a exposição ao sol, a fricção com bucha vegetal ou toalha após banho, uso de hidratantes, pomadas, bicos como de fazia antes, não se usa mais. Pesquisas não mostraram nenhuma evidência científica de que essas ações são válidas antes da amamentação propriamente dita. Ela acrescenta que as pomadas não devem ser usadas para prevenir o machucado, lembrando que o que previne é a pega correta.
Sobre as mudanças nos seios, ela falou que a coloração dos bicos escurece por dois motivos: para fazer p bebê enxerga- los mais facilmente e como forma de proteção, mas que depois a cor volta ao normal.

Sobre bicos invertidos, Vivianne disse que também não são mais usados bombas de sucção, sutiãs cortados ou estímulo, pelo risco de estimular também um parto precoce. A protusão é feita apenas antes do bebê abocanhar. A concha, antigamente ela era usada por mulheres que tinham  o bico plano ou para a coleta do leite que escorre do outro seio que não está amamentando, ela desaconselha pelo risco de obstrução do mamilo e do surgimento de fungos. Na rua, o absorvente pode ser usado, mas trocado com frequência.

Ela acrescentou sobre a importância de alinhar a primeira mamada com obstetra e com o pediatra. Não significa que o bebê vai mamar assim que nascer, que vai ser a primeira mamada necessariamente efetiva. Alguns bebês fazem o reconhecimento do peito, mas não mamam. Mas aproveitam da melhor forma o que chamam a “hora de ouro”, que é a primeira hora de vida do bebê em atividade. Então, ele experimenta esse aconchego, a mãe deixa a mama exposta, oferece o peito. “Nos 30 minutos após o parto, o bebê tem seu maior poder de sução, então podemos aproveitar esse momento e tentar fazer a pega”, ela acrescenta. Estudos comprovam os benefícios desse primeiro encontro da mãe com o bebê e mostram um aumento de 130% no estímulo da produção de leite materno, de 50% das chances da mãe vir a amamentar até o sexto mês, além do estímulo do vinculo mãe e bebê.
“Mãe e bebê vão aprender juntos. Você tem que ter paciência com você mesma. Nem sempre é tão simples. Procurem ajuda. Mesmo quem já amamentou antes está amamentando pela primeira vez aquele bebê. Se a pega estiver correta, talvez você sinta algum desconforto no início, mas depois passa. Quando o bebê nasce tem uma sucção muito forte e ainda não entendeu como mamar. O colostro é muito grossso e tem muheres que sentem muito. Uma mama que nunca teve essa demanda muito grande pode sentir esse desconforto. A dica mais importante é não deixar nada evoluir. Um nódulo evolui para uma mastite muito rápido. uma pega incorreta evolui para uma rachadura muito rápido”, ensina a consultora. 
Segundo Vivianne, o leite demora a descer, não tem leite pingando no seio quando a mãe dá à luz. O  tipo de parto, se normal ou cesárea, não infleuncia necessariamente nisso, mas se a mulher chega a entrar em trabalho pode influenciar sim. Nesse processo, primeiro vem o colostro, que é considerado a primeira vacina do bebê. Depois vem o leite normal. 
Viviane alerta para a capacidade do estômago do bebê, que é pequena e vai aumentando os pouquinhos: no 1º dia é de 5 ml a 7 ml; no 3º dia é de 22 ml a 27 ml; com uma semana de vida chega a 34 mil a 60 ml e, com um mês é de 80 ml  a 150 ml. Por isso, no início o bebê mama pouquinho mesmo de cada vez e pode sim, cerca de 20 minutos depois de mamar querer mamar mais. “A capacidade gástrica dele é pequena, o leite é leve, ele faz xixi e cocô e por isso logo já está com fome novamente. Por isso a importância da dedicação exclusiva. No tempo dele, o estômago vai dilatar aos poucos, mas não é de uma hora pra outra que o bebê vai fazer 3 horas de intervalo entre as mamadas”, detalha a especialista. 
Vivi explicou também sobre outra fase importante da amamentação que é a apojadura, que acontece, em média entre o 3º e 5º dia após o parto. É que antes de ter o bebê as estruturas internas que transportam o leite nos seios são fechadas. Quando o corpo entende que precisa de um espaço maior para essa passagem, causa uma inflamação nessas estruturas para que elas se dilatem. É um dos momentos mais difíceis da amamentação: a mãe sente as mamas quentes, doloridas, endurecidas, surgem placas, nódulos… Essa fase dura entre 48 horas e 72 horas e é preciso todo cuidado durante esse processo para não evoluir para outros problemas. “Nada de compressa ou banho quente. A bomba de tirar leite também não deve ser usada se peito estiver muito duro porque pode fissurar o mamilo. A bomba deve ser usada após a apojadura, se o seio não estiver com machucado. Nessa fase o ideal é fazer uma massagem de ordenha manual antes do bebê mamar e depois da mamada uma compressa fria. A ordenha manual é muito importante quando a mama estiver muito dura, porque com a mama muito dura o bebê não consegue fazer o movimento correto da pega e só alcança o mamilo”, adianta Vivi.
No primeiro mês o corpo produz muito leite porque ainda não sabe a demanda que vai ter e produz a mais mesmo. Nessa fase, a chance de ter mastite é grande e é preciso cuidar com massagem. Quando o bebê esta mama em um peito, o outro fica pingando leite, o que é normal por conta do reflexo bilateral. Entre o 2º e o 3º mês, o corpo começa a regular a produção para aquela demanda. Muitas mulheres acham que leite secou no 3º mês, mas não é nada disso. É que nessa fase, a maior parte da produção do leite acontece enquanto o bebê está mamando. Nessa fase, a pega incorreta também pode ser prejudicial, porque o estimulo da produção fica comprometido, o leite fica parado na mama e o corpo acha que não precisa produzir mais. Nesse caso, o ganho de peso do bebê pode ficar comprometido.

Mas como é a tão falada pega correta? Vivianne também explica: a pega correta precisa do contato pele a pele. Uma dica é apoiar a palma da mão atrás do ombro do bebê e dedo indicador e polegar atrás das orelhas del. Fazer a técnica da pinça no seio, estimular para que o bebê abra bem a boca e possa abocanhar a maior parte da aréola possível, com os lábios evertidos (virados para fora), com o queixo encostado na mama e o nariz livre. Quando o bebê acerta a pega ele se condiciona porque sabe que o volume de leite vem com essa pega e, se ele pega “errado” sente que o leite não chega bem, então ele solta e refaz a pega. 

Vivi lembrou também que quando o bebê chora nem sempre é fome e precisa ser acolhido. Podem ser também as famosas cólicas. As chamadas cólicas  fisiológica, segundo ela, acontecem geralmente após a 2ª ou 3ª semana. Entre o final da primeira semana e início da segunda acontece um pico de crescimento e o bebê fica muito estressado, muda muito o seu padrão ele chora, quer colo e mama mais que o normal. Geralmente passa de um a três dias muito irritado. É normal.
Vivi assegura também que a mãe não deve se sentir culpada porque estudos mostram que a alimentação da mãe não interferem nas cólicas do bebê e que ela não precisa cortar nada porque só passam para o leite duas substâncias: a cafeína e o álcool. O café  pode ser mantido com moderação caso a mãe faça uso constante, mas é melhor evitar nos turnos da tarde e noite e o álcool realmente deve ser evitado. A exceção fica por conta dos casos em que o bebê tem alergia como a APLV (alergia à proteína do leite de vaca), ou alergia a ovo e soja, quando a mãe precisa fazer uma alimentação completamente diferente. Entre os sinais de alergia estão assaduras resistentes e sangue no coco. Neste caso, o pediatra e/ou um gastro pediatra devem ser consultados. Antes disso, nada de se privar. 
A doula elencou também alguns facilitadores: procurar ajuda com os afazeres domésticos,  compartilhar cuidados com o bebê, ter lanches prontos e saudáveis a mão para evitar comer bobagens, ter garrafinhas de água pela casa, ter travesseiros e almofadas, descansar junto com o bebê,  ter o contato pele a pele, utilizar carregadores do tipo sling que podem ser usados desde o primeiro dia de vida e deixa as mãos livres, procurar ajuda nos bancos de leite( há vários pelo Recife) ou de consultoras de amamentação (algumas vão nas casas). Ela explicou ainda que, casos de machucados mais sérios podem ser resolvidos com laser, mas que antes é necessária uma consultoria para ajustar a pega, ou os ferimentos vão acontecer novamente. Algumas vezes, após a orientação, o tratamento é descartado.
Enfim, foi uma troca muito bacana com as futuras mamães, que aproveitaram para tirar suas dúvidas e eu espero poder ter ajudado um pouco também trazendo um resumo aqui pra vocês. Amamentação é um gesto de amor e com amor, a gente tira tudo de letra.
Um abraço,
Andréa Leal.

andrealealfotografia

Eu sou Andréa Leal, e sempre achei importante que a minha fotografia falasse por mim.

Deixe um Comentário





Últimos Posts