Setembro chegou com sol mais brando, tardes mais floridas e aquele cheiro de quase primavera no ar.
Mas, apesar do clima que começa a mudar, o que mais tem mudado mesmo, pelo menos pra mim, é o que acontece por dentro.
A gente tem uma tendência estranha de só se mover quando algo aperta.
Mas talvez esse seja o chamado mais silencioso da vida:
fazer por si mesma, mesmo quando não há nenhum motivo urgente aparente.
Ou, às vezes, principalmente quando há.
Tenho pensado muito nisso.
Nos pequenos gestos que a gente deixa de fazer por achar que “não é prioridade agora”.
Num banho demorado que é adiado por cansaço.
Num corte de cabelo que vai ficando pra depois.
Ou num registro fotográfico que a gente gostaria muito de fazer, mas que sempre esbarra em desculpas práticas.
Só que tem momentos que não dá mais pra deixar pra depois.
E fazer algo por si se torna não um capricho, mas um ato de sobrevivência emocional.
E isso não precisa ser grandioso.
Às vezes, é se permitir viver um momento leve, bonito, só seu.
É se ver com outros olhos, se enxergar de um novo lugar.
Eu escrevo isso porque também estou me forçando, aos poucos, a encarar o que me faz bem como uma necessidade, e não mais como um luxo.
E tem sido transformador.
Se você sente que precisa olhar um pouco pra dentro… talvez esse seja o momento.
A mudança de estação sempre traz um convite novo.
E mesmo o gesto mais simples pode marcar o começo de um recomeço.
Se você sentir que é tempo de florescer um pouco por dentro,
talvez um ensaio em meio à natureza, ou no silêncio do estúdio, seja o que seu corpo e sua alma estão pedindo.
A gente não precisa esperar uma ocasião para se cuidar.
Às vezes, basta escolher se ver com mais carinho.
Um abraço,
Andréa Leal