Teste do pezinho: cuidado que tem pressa

A espera pelo bebê parece ser eterna. A ansiedade para conhecer a carinha do filho, para tê-lo nos braços, faz as semanas parecerem intermináveis. Mas, após o nascimento acontece o oposto: o tempo parece voar! São tantas descobertas, tantas emoções por dia, que a sensação é viver um ano em um mês. O ensaio fotográfico, por exemplo, só é considerado newborn se as fotos forem tiradas entre o 5º e 15º dia de vida do bebê. Você sabia? Isso porque as mudanças na fisionomia do recém-nascido acontecem muito rapidamente e, em poucos dias, ele não tem mais a mesma carinha de quando nasceu.

Ainda mais importante que as fotos, é preciso estar atendo para obedecer aos prazos do calendário pediátrico e garantir o cuidado que o bebê precisa para crescer saudável. O teste do pezinho, por exemplo, deve ser feito por todas as crianças recém-nascidas, preferencialmente entre o 3º e o 5º dia de vida, ainda na fase pré-sintomática, para que se possa fazer o tratamento, minimizando danos e diminuindo a mortalidade neonatal.

Neste domingo, comemorou-se o Dia Nacional do Teste do Pezinho, por isso fiz questão de usar nosso espaço de conversa para ajudar nessa conscientização.

O teste é obrigatório por lei em todo o território nacional. Alguns municípios, inclusive, não permitem que a criança seja registrada em cartório se não tiver feito o Teste do Pezinho anteriormente. Diversas maternidades já fazem o teste como rotina, antes da alta hospitalar. Caso contrário, o exame pode ser feito nos postos de Saúde. As Unidades de Saúde não podem cobrar pelo serviço, que é financiado pelo Sistema Único de Saúde – SUS.

O exame feito a partir de sangue coletado do calcanhar do bebê permite identificar doenças graves como hipotireoidismo congênito (quando a glândula tireoide do recém-nascido não é capaz de produzir quantidades adequadas de hormônios), a fenilcetonúria (doença do metabolismo) e as hemoglobinopatias (doenças que afetam o sangue – traço falcêmico e doença falciforme). Qualquer pessoa pode ter um filho portador de alguma dessas doenças, mesmo que nunca tenha havido um caso na família. E como elas não apresentam sintomas no nascimento, só o teste pode garantir o diagnóstico e o tratamento precoce evitando sérios danos à saúde como problemas no desenvolvimento físico e mental.

No mês passado foi sancionada uma lei federal que amplia para 50 o número de doenças rastreadas pelo Teste do Pezinho oferecido pelo (SUS), como já acontecia na rede privada, abrangendo 14 grupos de doenças. Na primeira etapa da ampliação do teste está prevista a inclusão de doenças relacionadas ao excesso de fenilalanina; patologias relacionadas à hemoglobina; e toxoplasmose congênita. Na segunda etapa, serão detectados: nível elevado de galactose no sangue; aminoacidopatias; distúrbio do ciclo de ureia; e distúrbios de betaoxidação de ácidos graxos. Na terceira etapa, serão incluídas doenças que afetam o funcionamento celular, e, na quarta etapa, problemas genéticos no sistema imunológico. A partir da quinta etapa será testada também a atrofia muscular espinhal. As mudanças entrarão em vigor um ano após a publicação da lei. Vamos cobrar. A saúde das nossas crianças agradece.

Um abraço,

Andréa Leal

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Eu sou Andréa Leal, e sempre achei importante que a minha fotografia falasse por mim.

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