As malas ainda estão no porta-malas, o cheiro de protetor solar insiste em ficar no ar e o sol parece se despedir mais devagar no fim da tarde.
Últimos dias de férias têm gosto agridoce.
Um pé ainda está na areia, o outro já calça o sapato da rotina.
Tem algo de bonito nesse fim de ciclo.
A leveza dos dias sem hora se mistura com a sensação de missão cumprida.
Foi pouco ou foi muito? A verdade é que o tempo nunca tem a medida exata, ele é do tamanho da presença que a gente coloca em cada instante.
Talvez seja por isso que tantas famílias me procuram nesse período.
Porque sabem que o agora vira saudade rápido demais.
E quando os olhos não derem conta de lembrar os detalhes, é bom ter uma fotografia que nos devolva a sensação exata daquele abraço, daquela gargalhada, daquele café da manhã preguiçoso com as crianças ainda de pijama.
Registrar as férias não é só sobre viajar.
É sobre preservar um sentimento que escapa quando a vida recomeça no modo automático.
É garantir que, mesmo quando os dias forem corridos demais, as memórias ainda estejam por perto.
Que venham as mochilas arrumadas, os horários, os compromissos.
Mas que o coração leve com ele um pouco desse verão que a gente viveu junto.
Um abraço,
Andréa Leal.
