Quando imaginei este blog, pensei num espaço de conversa, em que pudéssemos trocar experiências, vivências. A maternidade nos traz muitas dúvidas, medos e uma infinidade de conselhos que muitas vezes acabam nos deixando um pouco confusas e ainda mais inseguras. Mas sempre acreditei que falar do que vivemos e como conseguimos atravessar determinada fase, ajuda sempre a mostrar como fazer as melhor maneira possível, dentro de cada realidade, de todas as peculiaridades da nossa vida e de nossos filhos.
O dr. González defende também o desmame espontâneo. Ele é contra a parada brusca e induzida, que acontece apenas por vontade da mãe e antes que o bebê escolha espontaneamente, o que o pediatra acredita que não deve acontecer antes dos 2 anos de idade, como recomendam a Organização Mundial de Saúde, o UNICEF e a Sociedade Brasileira de Pediatria. Ele defende que o aleitamento não tem apenas o objetivo de nutrir a criança, mas também de oferecer aconchego e segurança e ensina um desmame gradual, que tem como regra básica “não oferecer, não negar’”. A criança só mama quando pede e, gradativamente, vai deixando de pedir porque se sente segura para isso.
Mas o livro do dr. González que mais me tocou foi o “Bésame Mucho”. Levo e levarei para sempre comigo algo importantíssimo que aprendi com ele: o princípio de que devemos respeitar o bebê ou a criança como um ser único, como uma pessoa que tem entendimento de tudo o que acontece, mesmo quando ainda não sabe falar. Aprendi que precisamos conversar com eles, até com os recém-nascidos. Respeito isso todos os dias, com meus filhos, com os bebês e crianças que fotografo. Por exemplo, quando vou trocar um bebê, mesmo nos ensaios newborn, peço permissão a ele e vou explicando tudo o que estou fazendo. Afinal, ninguém iria querer que outra pessoa chegasse e começasse a tirar sua roupa do nada, sem razão. Por que nos achamos no direito de fazer isso com o bebê?
Um livro realmente especial que recomendo a todas as mães, pais, a todas as pessoas que convivem com o universo infantil, porque ele nos prova que as crianças precisam da nossa atenção e defende uma educação baseada no amor, no respeito e na liberdade. Um aprendizado que nos orienta também a escolher os profissionais, os médicos, a escola para nossos filhos, que também concordam com esse respeito, esse cuidado.