Fotolivro ajuda ONG que empodera crianças contra o racismo

O que cada um de nós pode fazer por uma infância sem racismo? Você já pensou nisso? Podemos fazer muito! Acho que independente de sermos pessoas negras ou não, todos nós podemos e devemos fazer a nossa parte nessa luta contra o preconceito. Nas nossas atitudes, pensamentos, na nossa fala.

É duro perceber o quanto a sociedade ainda precisa caminhar para garantir que essas crianças e adolescentes não sofram violência ou discriminação. E é duro perceber como ainda é fácil pra alguns fechar os olhos para essa realidade, por isso acredito no poder que a arte tem de mudança social, através da linguagem visual podemos fazer a diferença na vida de muitos.

Por isso, com muita alegria quero dividir com vocês minha contribuição. Me sinto extremamente feliz em poder fazer com que meu ofício tenha um propósito maior. Ter esse privilégio de ressignificar algumas questões através da minha arte é muito gratificante. Hoje quero falar do fotolivro “Por uma Infância Sem Racismo” que estamos lançando por meio do Instituto Luz Natural em apoio ao Centro de Educação e Cultura Daruê Malungo, que há 32 anos realiza o trabalho socioeducativo e de resgate da cultura popular e negra por meio de oficinas de cidadania, leitura, danças afro e popular, artes plásticas, percussão, canto e hip hop.

A obra retrata 12 crianças negras alunas do projeto, protagonistas de suas histórias de luta contra o preconceito, por oportunidades, resgate da autoestima e valorização de suas raízes culturais. Ao todo, 62 páginas de lindas imagens, depoimentos e orientações para o combate ao racismo na infância encartados em material de fino acabamento, em papel couchê fosco, impressão fotográfica de excelente qualidade e capa dura. Sobrevivendo com ajuda de voluntários e doações, a entidade receberá os lucros da venda do material do projeto para dar continuidade ao trabalho. O fotolivro está sendo vendido por R$ 155,00. Para adquirir clique aqui: https://demo.shoppingoutlet.com.br/fotolivro-por-uma-infancia-sem-racismo/

Foi maravilhoso trabalhar com as crianças do Daruê. São crianças orgulhosas de sua cultura, seu grupo, orgulhosas das roupas que vestem e de sua história. E isso tornou o momento ainda mais especial, porque percebi a entrega delas e a vontade de se fazer notar, de se mostrar, trazendo verdade e beleza. Assim o tema, que é pesado, foi representado de maneira leve e agradável, mas com muita representatividade, algo como “estou aqui, eu existo, eu quero respeito”.

A criança, geralmente, ela fica um pouco desconfiada quando não te conhece, isso acontece com a maioria delas, é preciso um pouco de tempo até que ela se sinta confortável e segura pra se deixar fotografar. Quando sabemos que algumas já sofreram preconceito alguma vez, ficamos ainda mais cautelosos. A criança chega com olhar desconfiado, observando e aos poucos o ensaio flui, e são crianças tão felizes quando percebem que estão sendo valorizadas, que estamos ali por elas, pela sua arte e sua cor que o resultado das fofos foi um verdadeiro presente.

Tocar em temas como este não é fácil. Escutar que crianças tão pequenas já tiveram que ouvir certas barbaridades é de deixar qualquer um abalado. Saber que crianças morrem por conta de racismo é inaceitável. A tragédia do pequeno Miguel mostrou o quanto a sociedade está doente, infelizmente e o quanto mal o racismo pôde fazer a uma criança e a tantas outras. O Toda Criança é Especial presta uma homenagem a ele nesta edição, por entender que ele representa a luta de muitas famílias.

As fotos também podem ser vistas em uma exposição virtual no link https://todacriancaeespecial.andrealealfotografia.com . Como forma de respeitar o isolamento social e, ao mesmo tempo, fazer ecoar ainda mais forte nosso grito contra o preconceito, até  31 de outubro, as fotografias e frases das 12 crianças estarão espalhadas por todos os ônibus que compõem atualmente a frota em circulação do Grande Recife Consórcio de Transportes e circulam por toda a Região Metropolitana.

Vamos todos lutar juntos por uma infância sem racismo.

Um abraço,

Andréa Leal

andrealealfotografia

Eu sou Andréa Leal, e sempre achei importante que a minha fotografia falasse por mim.

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