Lentes do Amor: exposição projetada na Torre Malakoff

Viver grandes emoções se tornou uma rotina na minha vida desde que me tornei uma fotógrafa especializada em registrar nascimentos. Sem dúvida, a cada parto eu me sinto como se fosse o primeiro, porque cada criança, cada família, cada história é única e eu me entregue para conta-la da melhor maneira através da minha fotografia.

Anos atrás, quando conheci o Instituto Transforma A Dor, percebi que a fotografia também seria tão importante para as mães que perdem prematuramente seus filhos e essa descoberta me encheu de emoção. O grupo de apoio à perda gestacional e neonatal me convidava pela primeira vez para registrar seus eventos e, conhecendo aquelas mães, vi como muitas delas têm nas fotografias de sua gestação ou dos primeiros momentos ou dias de vida dos filhos, o único registro de sua maternidade. Imagens guardadas com um carinho especial.

Este ano, tive a honra de ser convidada a participar de forma especial da campanha com o tema “Pelas lentes do Amor: as diversas formas de expressão de paternidade e maternidade”, realizando um ensaio fotográfico com 12 famílias que perderam seus filhos. No estúdio, recebendo cada núcleo familiar, revivi com eles momentos emocionantes, ouvi histórias de amor lindas e me emocionei ao captar a falta que essas crianças fazem na vida de seus pais e irmãos.

O resultado foi o ponto alto da Semana de Sensibilização à Perda Gestacional, Neonatal e Infantil no Recife, realizada anualmente em todo o mundo na semana que compreende o dia 15 de outubro, “Dia Internacional da Conscientização da Perda Gestacional ou do Recém-Nascido”. As fotos viraram uma grande exposição virtual ao ar livre, ao serem projetadas nas paredes externas da Torre Malakoff, enquanto familiares, amigos e apoiadores da causa realizavam o ato “Wave of Light” uma vigília com velas em frente ao monumento, na Praça do Arsenal, Bairro do Recife”, em memória dos bebês e crianças que morreram precocemente.

Tenho absoluta certeza de que esta cena jamais sairá da minha memória. Mais uma vez aprendi como o amor pode ser demonstrado e vivido de tantas formas intensas, verdadeiras e transformadoras e como cada um de nós, fazendo o que sabe, o que ama, pode apoiar e transformar a dor do outro em solidariedade, em união, em beleza, em arte.

Um abraço,

Andréa Leal

andrealealfotografia

Eu sou Andréa Leal, e sempre achei importante que a minha fotografia falasse por mim.

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