Consciência Negra

Em novembro comemoramos o Mês da Consciência Negra, um termo que ganhou força no Brasil na década de 1970 por causa da luta de movimentos sociais pela igualdade racial. Ao mesmo tempo, é uma referência e uma homenagem à cultura ancestral do povo de origem africana, que foi trazido à força e duramente escravizado por séculos no Brasil. Um símbolo da luta, da resistência e a consciência de que a negritude não é inferior e que o negro tem seu valor e seu lugar na sociedade.

E essa luta ganhou um contorno especial depois do dia 02 de junho de 2020, quando o menino Miguel Otávio Santana da Silva, de 5 anos, morreu após cair do 9º andar de um prédio de luxo no Centro do Recife. A criança estava sob os cuidados da patroa de sua mãe, trabalhadora doméstica que havia levado o cachorro dos donos da casa para passear. Um caso que chocou o país e lançou luz sobre os rumos que a discriminação racial tem tomado na vida de nossas crianças.

Naquele mesmo ano, Miguel foi o homenageado do nosso projeto Toda Criança é Especial, que debateu o tema “Por uma infância sem racismo” fotografando crianças negras integrantes do Grupo Daruê Malungo, educadas para virar essa página com autoestima e respeito às raízes.

Este ano, no Programa Conversando Com, tive a honra de entrevistar a mãe de Miguel, Mirtes Renata, e entender mais sobre essa luta que deve ser de todos nós para que vidas negras realmente importem.  Senti um enorme orgulho em ver aquela mulher que, apesar da grande dor, reuniu forças para pedir justiça e mostrar à sociedade o quanto o preconceito ainda está presente e o quanto ele faz mal, o quanto ele pode matar.

Desde então, o termo “Consciência Negra” ganhou um novo significado pra mim e eu espero que ganhe para você também.

Um abraço,

Andréa Leal

andrealealfotografia

Eu sou Andréa Leal, e sempre achei importante que a minha fotografia falasse por mim.

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