Todas as formas de ser mãe são amar

Maio vem chegando e com ele vêm as minhas reflexões sobre a maternidade, esse universo mágico que rodeia a minha vida pessoal e profissional. E me veio à cabeça um ditado judaico que diz: “Deus não pode estar em todos os lugares e por isso fez as mães”. Lindo, não é?

E essa frase me fez pensar também em todos os lugares, todas as possibilidades de exercer a maternidade e em como elas são como a presença divina. O amor de mãe é onipresente, está no coração, nos gestos, na vida de toda pessoa que assim o deseja de verdade.

É assim com as mulheres que engravidam, que adotam, que cuidam com amor dos filhos de outras mulheres, que recorrem à fertilização in vitro, à chamada barriga de aluguel ou barriga solidária…  O amor maternal está em todas elas, em igual força e beleza.

E me lembrei da história de uma avó pernambucana que, em 2007, aqui no Recife, gerou os netos gêmeos. Vocês lembram desse caso lindo? Antônio Bento e Vítor Gabriel foram gestados pela avó Rozinete, então com 51 anos, porque sua filha, Michelle, não conseguia engravidar. Os embriões foram fertilizados in vitro com espermatozoides do pai e óvulos da mãe e implantados no útero da vó, sendo o primeiro caso de gravidez gemelar de avó “mãe de aluguel”.

No Brasil, chamar esse processo de barriga de aluguel é inadequado. Mesmo porque aqui não é permitido fazer qualquer tipo de cobrança. Atualmente, o termo correto é barriga de substituição, mas o mais utilizado é barriga solidária, que eu prefiro também. A doadora da barriga solidária deve ser familiar de um dos parceiros, até um quarto grau de parentesco, como mãe, irmã, avó, tia e prima. Nos demais casos, quando for outra pessoa, deverá ser pedida uma autorização ao Conselho Regional de Medicina, que fará uma análise da situação.

Há duas possibilidades: o da reprodução assistida, quando os pais fornecem o material genético que é fertilizado in vitro e depois implantado no útero da pessoa que cederá a sua barriga para a gestação. O segundo caso acontece nas uniões homoafetivas. Como não há a possibilidade do fornecimento de ambos os materiais genéticos pelo casal, é necessário recorrer a um banco de óvulos ou sêmen. A doação do material genético deve ser feita de forma voluntária e anônima.

Ou seja, ser mãe é realmente algo divino e toda forma de exercer essa maternidade deve ser respeitada, abençoada e enaltecida por todos nós. Se estamos aqui hoje, é graças ao amor de uma mãe.

E, lembrando a letra de Milton Nascimento que diz “toda maneira de amor vale à pena”, peço licença pra acrescentar: “Todas as formas de ser mãe são amar”.

Um abraço,

André Leal

andrealealfotografia

Eu sou Andréa Leal, e sempre achei importante que a minha fotografia falasse por mim.

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