Uma cena recente da novela das 20h da Globo acendeu uma polêmica bastante comum no mundo da fotografia: a importância de revelar as fotos. O personagem de um fotógrafo da novela “A Dona do Pedaço” encoraja a cliente, vivida pela atriz Juliana Paes, a não ter um álbum de casamento, alegando que “esse tipo de álbum não é mais comum”.
O diálogo caiu como uma bomba no meio profissional e nos fez refletir sobre essa ideia de deixar imagens tão significativas pra nós, como o dia do casamento, o nascimento, a infância dos filhos apenas “na nuvem”.
Vocês que me conhecem sabem da minha opinião. Acredito que minha missão é eternizar momentos especiais. Por isso penso que um álbum de fotografias é uma verdadeira joia que tenho um prazer imenso em entregar nas mãos das famílias. Imagino com emoção as sensações que o manuseio daquelas páginas irá proporcionar não apenas na hora da entrega, mas principalmente no futuro, quando aquele bebezinho for um adulto. Isso me move.
E acho que não estou sozinha em pensar assim. Nesse aspecto, me orgulho muito em concordar com o mestre da fotografia brasileira, Sebastião Salgado, uma inspiração pra todos nós. Sabe o que ele disse? “A fotografia precisa se materializar, precisa ser impressa, vista, tocada, como quando os pais faziam antes com os álbuns de fotos de seus filhos.”
É essa experiência que eu defendo para os pais e mães que entram no meu estúdio. É essa vivência que eu faço questão que as pessoas que tenho a honra de fotografar tenham na vida: ter o passado nas mãos, fisicamente, e poder revivê-lo, de certa forma, no futuro. Que a gente possa eternizar e guardar muito bem guardado os melhores momentos das nossas vidas.
Um abraço,
Andréa Leal.
