Eu já tinha um gosto por procurar as datas do calendário e saber seu significado, mas confesso que esse hábito cresceu após a pandemia. Acho que todos nós, um pouco, aprendemos a valorizar ainda mais o dia de hoje, a comemorá-lo, vivê-lo mais intensamente e comemorar. E eu simplesmente adoro tudo isso! Afinal de contas, essa é a essência do meu trabalho como fotógrafa: eternizar os momentos especiais do hoje para que eles possam ser revividos, festejados, relembrados…
Pois bem. Sábado passado, dia em que gravamos no estúdio os episódios do mês de agosto do programa Conversando Com, foi o Dia da Pizza. Uma data que foi bem comemorada por um de nossos entrevistados, o chef Victor Mousinho, que nos falou sobre cozinha afetiva.
E pizza realmente tem muito disso, né? Uma oportunidade de reunir, dividir, atrair os mais jovens para a mesa… Claro, fui saber um pouco mais sobre essa data pra compartilhar com vocês. O Dia da Pizza é comemorado desde 1985 que era a data de encerramento de um concurso das 10 melhores receitas de mozzarella e margherita.
Já a origem da pizza é polêmica. Embora quase todos pensem que o prato é invenção italiana, há registros históricos de que os egípcios criaram uma massa à base de farinha com água. Babilônios, gregos e hebreus também assavam massas misturando farinha de trigo e água em fornos rústicos ou tijolos quentes. No entanto, foram os napolitanos os primeiros a acrescentar temperos como manjericão a um disco de massa assado.
A pizza redonda, no formato que conhecemos hoje, surgiu no século XVI, quando os tomates, vindos da América, foram introduzidos na culinária europeia. Era preparada com ingredientes baratos como alho, peixes e queijo e considerada alimento dos pobres do sul da Itália. No começo do século XX, imigrantes italianos a trouxeram para o Brasil. O napolitano Carmino Corvino, que abriu a pizzaria Dom Carmenielo no bairro do Brás, em São Paulo é considerado o primeiro pizzaiolo do Brasil.
O brasileiro, criativo como é, deu seu toque à receita. Em Pernambuco, servimos pizza de carne de sol. Na Bahia, por exemplo, tem pizza de rapadura. Em Curitiba, existe uma versão coberta com farofa crocante, sorvete de creme e, até pétalas de rosas. Em Manaus, ingredientes como tucumã e cupuaçu são usados e em Porto Alegre tem pizza de picanha.
Nosso país criou até mesmo a expressão “tudo acabou em pizza”. Dizem que, na década de 50, após uma calorosa discussão envolvendo os diretores do Palmeiras, time criado pela colônia italiana paulistana, todos acabaram indo parar em uma pizzaria no Brás. Muitos cálices de vinho e fatias de pizza depois, os envolvidos na briga deixaram a confusão para trás, criando a expressão “acabar em pizza”. Então, que apenas nossos problemas, nossas diferenças, possam ser solucionados em uma reunião com família ou amigos em torno de uma bela pizza.
Um abraço,
Andréa Leal
